terça-feira, 18 de junho de 2013

Deita e dorme e finge que esse tique taque do relógio não apressa nossa vontade de ir embora e que um minuto atrás do outro parece nos suportar. Deita e dorme e sonha porque se você sonhar no seu sonho pode ter um ideal a ser lutado, pode ter esperança nas ruas. Pode ser que tenha beleza a ser vista e poesia que emacule. Porque aqui, nesse quarto, nossas almas estão enforcadas em agonia, nosso corpo está inquieto, nossos dentes rangem, nossa voz não desocupa a garganta e nossa ausência, a nossa falta, o nosso anseio procuram incessavelmente por promessas alcançáveis.

A beirada do mundo é a cabeceira dessa cama e quando eu olho atentamente os retratos ao lado, vejo retinas resplandecentes e fotografadas no susto vendo, por um erro, o infinito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário