segunda-feira, 13 de agosto de 2012

(...)

    Os grandes escritores que eu acompanho estão preocupados em escrever livros enquanto eu desaprendi a escrever. E eu ainda não sei como ser intransgressível, porque todos aqueles que eu admirava despejaram seus fracassos na calçada e seus segredos vergonhosos misturados. Tudo ao mesmo tempo. E agora, o que eu vou fazer, amour? Dormir em memórias para não cair no desgosto da vida? Eu ainda não entendi todas as interpretações do mundo, as suas variáveis, suas condições, ainda questiono sobre o sabor das estrelas e tantas outras perguntas que me distraio e ignoro a consequência. Existe uma culpa sobre o que eu devo ou não entender, e fazer, e sentir e falar. Eu sou sensível demais e não consigo contar um primeiro capítulo de um livro de trinta páginas. E muito menos, ter apenas um capítulo.


    Eu devia me proteger dos golpes exteriores, mas o perigo mais real me instiga.

Um comentário:

  1. Esse receio de se proteger vem de onde?
    Do novo, do velho, paixão, medo... ou da mistura de alguns?

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