terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Triunfo de um derrotado

"Senhora dos olhos 
que quando encontram com os meus
é todo instrumental."
Então, ele pausa e me olha empolgado.
"Pupilas verdes que me sugam,
pouco a pouco,
a essência da vida."
Continuou.
"Teus olhos, minha Senhora, me engolem. 
E eu me despedaço em tua íris feito pó.
Feito escravo teu, da volúpia do teu corpo.
Quando te olho, não me reconheço, 
pois tensiono te encontrar, 
mas de súbito, 
me esvaio."
Proferiu glorioso, consertou-se na cadeira e prosseguiu:
"Perto de ti, não sei quem sou.
E tão próximo de seu rosto, não faço questão ser.
Pois em teu conto, sua tirana, 
tenho prazer de me perder, 
e, finalmente, 
tão pleno, honroso e derrotado,
me achar - no calor do olhar e amor teu."

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