quarta-feira, 31 de julho de 2013

Escreva isto na página vigésima do seu caderno, ma belle, como uma última lembrança de futuro:

I. Antes do mundo, o primeiro pecado.

II. Antes do primeiro pecado, o amor. 

III. Ainda antes do mundo e do primeiro pecado e muito depois de todos eles: não se merece amor, mil raios caim sobre Chbosky.

Mas a vida.

(Sim, sem dúvida, ma belle, todos nós morreremos de amor por causa da vida)

É como as constelações que você não toca, mas as sente quentes e brilhantes e de-fi-ni-ti-va-men-te reais: eu não tenho que te explicar sobre pecados, amor e vida. Quem dirá literatura se o ar que entra pelo seus pulmões é feito fogo flamejante, e a água que desce a sua garganta é ardente. O que importa, ma belle, o que realmente importa é que isto seja a nossa própria substância, o nosso alimento. Meu coração só sabe sentir cego e intenso e só sabe ver contradição por ser ele contraditório. E é isso que eu aprendi. Entre o amor, o pecado e a vida, há alguém escrevendo. Alguém que é senhor do seu próprio destino, capitão da sua alma. Então escreva, escreva sobre qualquer coisa e faça dar certo e depois que a sua mão pulsar, entenda o porquê que eu te digo: conhecer, o que quer que seja, deixa a gente comovido como o diabo.

Drummond bem doía, Deus não me fez Deus, e eu sabia que isto um dia me faria vomitar as vísceras. 

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