quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

              Eu tinha uma palavra para te dizer. Uma só. E acho que era melancolia, porquê você sabe: não só estou esmorecida, estou esmorecida de amor. E desesperadamente. Eu pensei que tinha me curado da saudade, da velocidade da vida, que nunca mais pudesse sentar nessa poltrona desconfortável e engolir meu próprio choro enquanto te escrevo. Mas eu esqueci como é que trapaceia os enganos e ilusões que me enfiam goela abaixo. E toda vez que um nó fica atravessado é evidente que eu veja o mundo girando cada vez mais rápido, até que eu fique tonta de sonhar os mesmos sonhos. Nem um a mais, nem um a menos. É como se eu crescesse e morresse em um mesmo dia, sem perceber os novos produtos nas prateleiras dos supermercados, os novos edifícios próximos ao centro, a manchete da vez. Vivendo o mundo de olhos fechados. Olhos que gritam e choram. E choram e imploram. E imploram e choram e gritam - e as insônias que findam na agonia de saber que você partiu. 

Um comentário:

  1. Barbara, teu coração pulsa um mundo. E tua saudade findará quando descobrir que melancolia não te cai bem. É aquela roupa pra dormir um dia qualquer, desleixada. Ensina teus olhos a sorrir e eles sorrirão melhor até que tua boa. Olhos se adestram, mas aviso são selvagens! Mas o faça quando sentir que é a hora de fazer, o tempo, Barbara, o tempo não te livrará da saudade, mas te ensinará a amá-la como uma extensão de quem você é.

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