segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Nirvana fado, um sonho que eu tive

É um susto na sobrevivência. Digo sobre a descoberta do imperfeito. Logo eu que era mulher feita, errei também, sem maior choro, apenas o sincero e entregue.

(Pisando em constelações, meus pés derrubavam o chão devagar. E o corpo rodopiava na matéria escura no espaço-tempo perfeito e eterno. Infindável coragem de existir, dançando feito pó em um flash de luz. Sapateando no céu e envolta por milhões de átomos constantemente 
essência. 
Era como compreender os suicidas da Golden Gate ou da London Underground. A candura desbravada como fratura exposta, a vida explodindo no pulso, além dele, despindo-se da pele, desencadeando uma nova e assustadora visão, um recém-nascido cujos olhos são vulcões, o coração, um universo que se expande no grito d'uma alma. Que é forte, que busca, cava, enerva, abre, mais fundo, perfura. E suplica o voo, o recomeço, atrai abismos, calor, espelhos. É só um passo, um pulo, um impulso voraz e tudo escorre, se esvai. 

Despencando.
Despencando.
A fragilidade sem descanso do mundo austero).

E depois a risada maníaca. A lamentação como êxtase, como compreensão desmedida, como ar empoeirado percorrendo pulmão e entupindo artérias. 

Entre a carne e os ossos, a poesia.

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